EMÍLIA FONSECA

“PESSOAS CENTENÁRIAS DE VIEIRA DO MINHO”

“Para se ser duro, tem de se comer muitos feijões”. A frase é da autoria da centenária Emília Fonseca que, com boa disposição, dá o testemunho sobre a sua vida e estórias, acompanhada da sua irmã, Teresa Fonseca, que, a 26 de setembro de 2024 irá completar, igualmente 100 anos.

Nascida a 3 de abril de 1923, em Parada de Bouro, Emília ainda hoje vive nesta freguesia de Vieira do Minho, pela qual nutre um amor verdadeiro.

Não chegou a casar, nem constituiu família, e como diz, entre gargalhadas, “naquele tempo, não havia marido, fugiam todos para o navio”.

Os pais, refere, “eram domésticos” e tiveram nove filhos. Completou a quarta classe e da infância recorda que “brincava à pedrinha”, “lavava os pés ao pai”, e com a irmã “comia caldo de galinha”. Ah! E matavam quatro porcos, dos quais recorda o delicioso toucinho, de que tanto gosta.

Sempre de sorriso nos lábios, Emília Fonseca diz que “não trabalhava”, que só ajudava nas tarefas de casa.

Quando questionada sobre qual o segredo para chegar aos 100 anos, diz, de imediato, que não sabe. “Eu não adivinho. Deus é que sabe!”

O momento mais feliz da sua vida, refere “terem sido todos os dias”, pois nunca teve canseira. “Nem sei acender um fogão. Só comia”, ironiza.

E o momento mais triste? Foi quando “faleceram os pais”.

Sobre um passado mais recente, recorda que não teve COVID-19, nem a sua irmã Teresa, e das máscaras, não sente saudades.

Já na reta final deste testemunho, volta a falar nos feijões e a partilhar que, “quem come muitos feijões, abre a inteligência”.

Desta irmã, continua a receber mimos e o pequeno-almoço na cama. E deste amor centenário de irmãs, transparecem a alegria, os sorrisos, a cumplicidade e o apego às coisas simples da vida que, no final de contas, são sempre as mais importantes. São o melhor da vida!

______________ Um projeto CAVA, visto pelo olhar atento de João Sousa, fotógrafo e videógrafo.

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