O ERRO HISTÓRICO DA LOCALIZAÇÃO DO NOVO CENTRO DE SAÚDE

Há alguns dias ficamos a saber da abertura do concurso para a construção do novo centro de saúde de Vieira do Minho. É reconhecido por todos que as atuais instalações não cumprem os requisitos mínimos para os profissionais de saúde e para os utentes.

Assim, a abertura do concurso foi aprovado por unanimidade pois a necessidade deste equipamento para os Vieirenses assim o justifica.

No entanto, não posso deixar de manifestar a minha discordância quanto ao local escolhido e todo o processo que levou à escolha do terreno.

Em primeiro lugar, o processo de escolha. Na Assembleia Municipal a oposição perguntou inúmeras vezes informações sobre o local. Nunca obteve resposta, para além de que “o segredo é a alma do negócio”. Acontece que estamos a falar da governação municipal e, em democracia, não pode haver segredos.

Para muitos o segredo é ainda mais inaceitável quando o proprietário do terreno foi sócio do atual presidente da Câmara tendo até havido um conflito judicial entre ambos. Segundo a imprensa, o proprietário do terreno disse em tribunal que tinha medo de vir a Vieira do Minho por ter medo do Presidente da Câmara. Isto tudo segundo a imprensa, mas nunca vi nada disto desmentido por nenhuma das partes…

Assim, o que leva a Câmara a comprar a 100€ o metro quadrado aquele terreno pequeno e sem perspetivas de expansão futura?

Estou certo de que não faltam, em Vieira do Minho, locais alternativos para a construção do novo centro de saúde, assim houvesse vontade de quem manda.

O antigo quartel dos Bombeiros seria uma local bem melhor e resolveria o problema existente. É que ter aquele edifício abandonado e em degradação permanente no centro da Vila não faz sentido nenhum…

A construção do novo centro de saúde junto ao atual quartel dos bombeiros voluntários seria uma solução de futuro, que criaria uma nova centralidade e salvaguardava uma ampliação futura. Bem sei que poderia haver problemas de mobilidade, mas caberia à autarquia criar soluções que minimizassem esse problema.

Por último, apresento ainda uma terceira solução de terreno. Está no mercado um terreno para venda mesmo na entrada da vila, logo a seguir às bombas de gasolina. Um espaço amplo, excelente exposição solar, boas acessibilidades e mais próximo do centro da vila. Preço de venda 1.500.000€. Valor do metro quadrado? 100€. Sim, os mesmos 100€ que a Câmara vai pagar por um terreno escondido, pequeno, com más acessibilidades e sem possibilidade de expansão futura.

Convém lembrar que os argumentos que o Presidente da Câmara usa para defender a atual solução são falaciosos.

Diz que o terreno foi aprovado pela ARS depois de ter sido chumbada outra possibilidade. Ora, a primeira possibilidade chumbada era tão absurda que toda a gente perceberia que isso ía acontecer. Aliás, o simples facto de a Câmara ter proposto colocar o centro de saúde numa borda diz muito da atenção e das prioridades colocadas neste processo. Claro que a ARS aprovou esta solução. Mas essa aprovação é meramente técnica porque não prevê (porque não tem de prever) uma expansão futura, a questão do estacionamento ou a questão de ordenamento urbanístico da nossa Vila. Isso são preocupações que cabem a quem gere os destinos da autarquia. Não ter em conta estas preocupações é um erro histórico que a atual Câmara está a cometer. Os Vieirenses mereciam mais!

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