Aproxima-se o dia magno da atividade eleitoral autárquica. Finda a campanha, é tempo de eleger os comandos para os próximos quatro anos das comunidades vieirenses. De entre os candidatos propostos a eleições, todos temos um com o qual mais nos identificamos. Todos, sem exceção, têm direito à sua opinião própria, sem julgamentos de valor. A política quer-se séria e quer-se que o descrédito que há sobre a mesma se mitigue. Porém, esse mitigar apenas é possível com a seriedade exigida aos candidatos. E esta é uma responsabilidade de todos nós!
Dos cinco candidatos à presidência da Câmara Municipal de Vieira do Minho, destaco um.
Destaco aquele que mostrou, desde cedo, ser o futuro da nossa terra. Destaco alguém com uma visão estratégica para o nosso concelho, que se faz acompanhar por elementos da sociedade civil vieirense de grande valor, não desfazendo todos os outros candidatos. Destaco aquele que sempre se preocupou com a dinâmica das aldeias, fazendo frequentes visitas e levando-lhes atividades culturais descentralizadas. Destaco, obviamente, o Filipe de Oliveira.
Conheci o Filipe em 2013. O trabalho associativo apresentou-nos.
Antes disso, era já presidente do CAVA, organizador de extraordinárias conferências no Auditório Municipal, em sinergia com a AEVA. Tive o prazer de assistir às sessões com Alexandre Soares dos Santos, Rui Moreira e Fernando Santos.
Com o alto patrocínio da Presidência da República, estas conferências traziam, a Vieira do Minho, personalidades de um nível impensável. Não podemos esquecer a visita do Prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, em 2017.
O Filipe apresenta um currículo político e associativo invejável, com ligações à Saúde, Educação, Cultura , Desporto e Solidariedade. A sua dedicação à causa pública é inegável!
Vieira do Minho precisa de mudar de rumo.
Com palavras do engenheiro Hernâni Gouveia, vivemos numa “asfixia democrática”.
É tempo de mudança. A mudança passa por um homem que respira Vieira e com inúmeras provas de sucesso apresentadas.
Não poderia deixar a já tradicional referência musical no nosso português.
Já em 1979, há 42 anos, Sérgio Godinho, um destemido lutador pela democracia, escrevia e compunha a música “Cuidado com as Imitações”, do álbum Campolide. Ainda que a letra remonte a tempos bem distantes, não encontro melhores palavras para descrever os tempos correntes da nossa terra.
“Lá na aldeia havia um homem que mandava
Toda a gente, um por um, pôr-se na bicha
E votar nele e se votassem lá lhes dava
Um bacalhau, um pão-de-ló, uma salsicha.
E prometeu que construía um hospital,
Uma escola e prédios de habitação
E uma capela maior que uma catedral,
Pelo menos, a julgar pela descrição.
Mas o Casimiro, que era fino de ouvido,
Tinha as orelhas equipadas com radar.
Ouvia o tipo muito sério e comedido,
Mas lá por dentro com o rabinho a dar a dar.
[…]
Ora o tal tipo que mandava lá na aldeia
Estava doido, já se vê, com o Casimiro.
De cada vez que sorria à plateia,
Lá se lhe viam os dentes de vampiro.
De forma que para comprar o Casimiro,
Em vez do insulto, do boicote ou da ameaça,
Disse-lhe “Sabe que no fundo o admiro,
Vou erguer-lhe uma estátua aqui na praça!”
Mas o Casimiro, que era tudo menos burro,
Tinha um nariz que parecia um elefante.
Sentiu logo que aquilo cheirava a esturro.
Ser honesto não é só ser bem falante.
A moral deste conto,
Vou resumi-la e pronto,
Cada qual faz o que melhor pensar.
Não é preciso ser
Casimiro para ter
Sempre cuidado para não se deixar levar.
Cuidado Casimiro!
Cuidado com as imitações!”
Sérgio Godinho alertava para os populistas, que prometiam mundos e fundos, ficavam atentos aos opositores e coagiam os eleitores, num análogo recuo ao pré-74. Assim vai Vieira do Minho.
Esperam-se os ventos da mudança no próximo domingo.
Por tudo o que o Filipe fez e por tudo o que representa, no dia 26 de setembro, contará, indubitavelmente, com o meu voto. E a todos deixo este meu apelo!