A Ermida da Senhora da Lapa, em Soutelo, é das construções religiosas mais sui generis existentes em Portugal – um pequeno templo todo ele sob um grande bloco granítico, local de peregrinação e romaria, dizem, há mais de 200 anos – diz a lenda e as pessoas de Fé que, naquele local, nos primeiros anos do Séc XIX, apareceu uma imagem de Nossa Senhora.
Este fim-de-semana correspondeu à data da romaria anual, sempre muito concorrida, que este ano, por razões óbvias, foi limitada a alguns actos religiosos transmitidos pela rádio local – Rádio Alto Ave.
O pequeno santuário, bem como o espaço envolvente, até ao miradouro, pela sua beleza natural e paisagística, é apreciado por muitos turistas que o procuram, dando as melhores impressões deste torrão de Vieira do Minho – tal pode facilmente ser comprovado através de fotos e comentários na internet.
Parece-me que a sorte de termos no território tamanha jóia, tão bem integrada na natureza, deveria ser aproveitada turisticamente que, a par com a Senhora da Fé e a Senhora da Orada, são as Ermidas mais emblemáticas do concelho, esta, diferenciando-se pelas próprias características do templo, onde apenas foi preciso fazer uma parede frontal.
Apesar de tratar-se de património da Igreja e do povo de Soutelo, sou de opinião que deveria haver investimento público com o melhoramento da sinalética e do acesso à Senhora da Lapa a partir de Vieira do Minho, considerando que parte dele já está feito. Em linha recta são uns míseros 4.300 metros, mas, aproveitando parte do itinerário já existente via Sanguinhedo, corresponderia, grosso modo, a uma nova estrada com cerca de cinco quilómetros, passando também por uma alternativa para Pepim e o Parque Industrial, com ligação à Estrada Nacional 103, na freguesia de Tabuaças.
O que sugiro é apenas uma ideia, que poderá ser entendida como utópica, na visão de alguns, mas julgo ser realizável, tratando-se de um novo acesso, por estrada, àquela zona do concelho, com início na rotunda da antiga serração do Almeida, seguindo a meia-encosta até zona dos depósitos de água, onde entroncaria na estrada já existente para Sanguinhedo, com um desvio antes de chegar à parte alta do Lugar, seguindo o caminho pelo vale acima, até que no alto bifurcaria, ora para a Senhora da Lapa e Soutelo, ora para Pepim e o Parque Industrial, portanto, na minha visão, tratar-se-ia de uma mais-valia a vários níveis.
O dinheiro público, entendo, é para ser gasto em obras que fiquem para o futuro, que ajudem ao desenvolvimento das terras e criem bem-estar na sua população.
Fica a sugestão.