Contenção, prevenção e precaução. Estas têm sido as palavras de ordem das últimas semanas, que nos têm obrigado a tomar uma maior atenção perante a nossa saúde – e a dos outros. Continuo, e insisto, com a mesma fórmula da Organização Mundial de Saúde:
– lavem-se as mãos;
– mantenha-se o isolamento social;
– evite-se tocar com as mãos na cara, no nariz;
– pratique-se higiene respiratória, ou seja, tossir ou espirrar com apoio da base inferior do cotovelo, não com a palma das mãos;
– procure-se, de imediato, ajuda de um profissional de saúde caso existam sintomas como febre, tosse ou dificuldade respiratória;
– mantenha-se a procura de informação, mantenha-se a atenção.
Como profissional de saúde, e como cidadã, tenho vindo a acompanhar a situação internacional da transmissão do COVID-19 com extrema atenção – e já há alguns meses. Era uma questão de tempo até que chegasse a Portugal e, na minha perspetiva, muito e bem se tem feito, a nível nacional, perante esta problemática. Considero, apenas, que as escolas deveriam ter fechado mais cedo, por uma questão de precaução. Nada mais que precaução. Ainda assim, está, a maioria dos portugueses (sim, porque alguns continuam a prevaricar), de parabéns pelo comportamento que tem demonstrado. Esta é uma altura para permanecermos unidos, é uma altura de fomento da esperança, é uma altura, também, de reflexão – individual, em família, entre amigos, entre colegas.
Nunca a saúde vai ser a mesma. Os avanços que se irão fazer a nível de saúde pública e comunitária vão ser tremendos – diz-nos a história da saúde que, épocas de crise, fazem avançar os conhecimentos. Também suspeito que a forma de encararmos a nossa saúde mental vai ser diferente – vai ser dado um maior valor à mesma, vai ser trabalhada a resiliência, vai ser melhorado o autoconhecimento (entre outras mil e uma coisas diferentes).
Nunca a economia vai ser a mesma. É provável que, nos próximos anos, os tempos sejam difíceis, e que seja necessária muita luta (de todos nós) para fazermos face às adversidades. A noção de globalização ficou bem marcada com a situação do COVID-19 – a transmissão foi exponencial, demos conta que nos encontramos, todos, interligados. E esta noção de interligação vai ser importante a nível económico, vai-nos ajudar a compreender, a olhar para a frente e a ponderar. De igual forma, o teletrabalho veio para ficar – habituemo-nos a ele e estabeleçamos limites para o desenvolver.
Nunca a demografia vai ser a mesma. Considero que, tendo em conta a forma sufocante de como está a decorrer o isolamento das pessoas que se encontram a viver na cidade, irá, talvez, ocorrer uma «debandada» nos próximos anos para os locais mais rurais, mais isolados e tendencialmente mais saudáveis, mais abertos à influência do ar puro, da liberdade de comportamentos, do contacto com a Natureza. Preparem-se as aldeias, as vilas e as pequenas cidades: a demografia vai mudar.
E, agora, uma nota pessoal: os profissionais de saúde têm sido uns heróis nesta situação. Não querendo descurar todos os restantes trabalhadores essenciais nesta crise (em supermercados, mercearias, câmaras municipais, …), penso que os profissionais de saúde exigem todo o nosso respeito neste momento. E solidariedade. E ajuda. E paciência, visto que as suas famílias estão privadas da sua presença, e do seu apoio, neste momento. Se quisemos, no passado, ser profissionais de saúde, foi para cuidar das pessoas que necessitam de nós, nesta altura. Um grande bem-haja a todos que se encontram nas unidades de saúde. Sem vocês, e sem dúvida, não seria possível.
Deixo também outra nota, ainda mais pessoal, para os meus colegas Enfermeiros: OBRIGADA. É, nestas alturas, que entendo porque é que a Enfermagem me escolheu.
#ordemdosenfermeiros
#nursingnow
#who
(Imagem in https://pixabay.com/pt/)