Quando foi por nós criado o programa “Jovem voluntário” o mesmo tinha como intenção ocupar jovens que, por uma qualquer razão não ingressavam naquele ano no ensino superior, mas que continuavam a estudar.
Era, por isso, um programa que permitia aos jovens ter um primeiro contato com o mundo do trabalho, sem deixar de ter em vista o seu futuro académico.
O atual executivo municipal, alargou este programa a qualquer pessoa deixando a idade de ser critério de integração no mesmo.
O que, em teoria, até podia parecer uma boa ideia passou a ser, na prática, mais uma forma de contratação de funcionárias e de “fazer favores”.
Ou seja, a troco de 199,00€ por mês, em vez atividades de voluntariado desenvolvido em instituições, organismos ou coletividades do concelho, com interesse na sociedade, o que vemos é senhoras a trabalharem na Câmara Municipal, em serviços da autarquia, como se de funcionárias se tratassem.
Não está aqui apenas em causa uma questão formal e legal, o que aqui está em causa é a dignidade do trabalho e do trabalhador.
O que a Câmara Municipal faz com este “voluntariado” é encobrir trabalho efetivo, provocando uma situação de absoluta precariedade laboral inaceitáveis nos dias de hoje.
Usam-se os baixíssimos rendimentos e a necessidade, criam-se falsas expectativas de um improvável futuro contrato, para se garantir um punhado de votos.
Esta situação faz lembrar outros tempos.
Numa sociedade moderna e democrática, isto não pode nem deve acontecer.