PaletArte – Associação de desenvolvimento Cultural

A PaletArte  – Os Amigos da Casa Museu Adelino Ângelo, Associação de Desenvolvimento Cultural, foi criada em 16 de Junho de 2018, na Conservatória do Registo Comercial de Braga, visando “promover e proteger a Casa Museu Adelino Ângelo, divulgar a obra integral do Mestre e dar a conhecer o percurso de vida que está por detrás do artista”.

Foi amplamente divulgado o conflito existente entre o Município de Vieira do Minho, detentor do Solar de Lamas, e a intitulada “Fundação  Mestre Adelino Ângelo”, com a publicação de exposições nas edições do Jornal de Vieira de 01 de Março e 01 de Abril do ano de 2018, por manifesto incumprimento do protocolo firmado no dia 17 de Julho de 2011, situação que ainda se mantêm, tendo sido desiderato da direcção da PaletArte mediar a resolução do conflito em causa, encetando diversas diligências nesse sentido ao longo do seu mandato.

Hoje, dia de Assembleia Geral Ordinária, foi apresentado o Relatório de Actividades e Contas respeitante ao ano que agora finda, concluindo-se que foram cumpridas as actividades na sua generalidade, contudo, apesar dos esforços empreendidos pela Direcção, não foi ainda possível chegar a um entendimento entre o Município de Vieira do Minho e aquela “Fundação”. Acresce que a Fundação retirou, de forma unilateral, as obras do Mestre da Casa Museu, mormente, pinturas a óleo, substituindo-as por cópias(?) de desenhos do Mestre Adelino Ângelo, quando havia sido assumido no protocolo, ainda em vigor, dotar o espaço, “em cada momento, por quadros em número nunca inferior a vinte obras”, havendo ainda o compromisso de “doar uma obra da sua autoria, por ano, à Câmara Municipal de Vieira do Minho”, portanto, neste momento, o Município é credor de 9 obras da autoria do Mestre Adelino Ângelo. Por outro lado, a “Fundação” alega que a razão de ter retirado as obras (pinturas) da Casa Museu teve em conta as “deficientes condições do espaço e a necessidade de fazer o restauro em obras danificadas”.

Francamente, visto o problema a frio, parece-me não haver uma verdadeira vontade das partes para resolver o problema, que é “empurrado para a frente com a barriga”, para ganhar tempo… O Município para voltar a ter obras do Mestre na casa Museu terá de fazer obras, portanto, gastar dinheiro, e a “Fundação” também estará mais interessada em deslocalizar parte do espólio do Mestre pintor para Paris… ficando o “refugo”, entenda-se, obras de menor grandiosidade e valor, em Vieira do Minho, para assim perpetuar o nome do Mestre na casa onde nasceu.

A direcção da PaletArte tinha para este ano de 2019, como acção inscrita no seu plano de actividades, “incentivar  a revisão do protocolo estabelecido  entre a Câmara Municipal  de Vieira do Minho e a “Fundação” Adelino Ângelo, no sentido  de remover os obstáculos que obstam ao cumprimento integral do objecto deste protocolo e à consecução dos seus objectivos”…

Sobre esta matéria, a Direcção deu conta no seu relatório de actividades que “reconhece  e confessa que esta era e é a questão crucial da Associação, uma questão de vida ou morte. Sem obras do Mestre-Pintor e sem as condições físicas adequadas e sem os recursos humanos qualificados necessários para a existência e funcionamento de um Museu, o objecto da Associação fica ferido de morte, pois o epicentro das actividades da Associação é o Museu e o seu funcionamento, com a existência  de facto, e não apenas de nome. Um Museu não é um armazém de Antiguidades nem um mural em que se penduram quadros, mas um espaço de fruição artística, um laboratório e um ateliê de produção e de formação artística

Assim, cessou, nesta data, a actividade dos membros dos Órgãos da Associação PaletArte, com a “frustração por não ter conseguido ver normalizadas as relações entre as duas instituições tutelares da Casa-Museu e de conforto pelo testemunho da consciência do dever cumprido”, pelo que é hora de dar conhecimento público da entrega desinteressada de quem deu corpo e alma à actividade da Associação, merecendo um reconhecimento especial o Presidente da Direcção em exercício, Professor José Marques Fernandes, que sempre esteve na linha da frente, mantendo-se firme e determinado no cumprimento das metas propostas no início do mandato.  

Aqui chegados, não podemos saber qual o futuro reservado para a Associação PaletArte, para a Casa-Museu Adelino Ângelo, bem assim, das negociações entre o Município de Vieira do Minho e a “Fundação” que, não havendo entendimento, poderá transitar para a barra do Tribunal por incumprimento das partes do protocolo de cedência e utilização precária de espaço municipal assinado em 17 de Julho de 2011.

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