Nesta altura do ano, por toda esta região minhota, surgem nas nossas mesas de casa e nos restaurantes tradicionais, um prato característico – o cozido das couves com feijão.
Aproveitando a excelente fotografia do site do Município de Vieira do Minho, cuja autorização de utilização se presume, transcreve-se o texto de apresentação deste prato, por se concordar com o mesmo:
<<A iguaria “Couves com Feijão” é o exemplo típico do aproveitamento dos produtos endógenos que possibilitam a confeção de pratos deliciosos. Tradicionalmente, as “Couves com Feijão” são confecionadas nos meses de inverno, entre Novembro e Março, após a matança do porco, e depois dos presuntos e enchidos estarem secos e curados. Para a preparação deste prato, são necessárias as melhores carnes caseiras e o que de melhor se produz nos campos e hortas: carne de porco (orelha, pé, presunto, pá, barriga e costela), enchidos (salpicão, chouriça de carne e chouriça de sangue), couve-galega cegada, feijão amarelo, batatas cortadas aos quadrados, bom azeite e alho picado>>.
Apesar de poder comer-se o ano todo, tratando-se de um prato quente, a sua confecção ocorre mais a partir da Feira da Ladra, a par com outros petiscos gastronómicos que têm como base as carnes de porco, criados e alimentados à moda antiga.
Ainda ontem, no Campo de Tiro, freguesia de Pinheiro, decorreu um grande repasto, a favor das Festas locais do próximo Verão, cujo prato escolhido foi, precisamente, o cozido de Couves com Feijão, que, diga-se em bom abono da verdade, estava uma delícia.
No cardápio de alguns restaurantes do concelho de Vieira do Minho consta este prato regional, que se sabe ter procura assegurada nas devidas alturas, após as matanças dos porcos, existindo mesmo, a iniciativa do Município, um fim-de-semana dedicado às Couves com Feijão, com muitos restaurantes aderentes.
Também, noutras paragens, dedicam especial atenção a este cozido, como em Terras de Bouro e Cabeceiras de Basto, só para citar dois exemplos, pese embora a maior expressão seja, precisamente, em Vieira do Minho, com a felicidade de ter levar este prato tradicional das cozinhas domésticas para a restauração.
Aqui há uns 3 ou 4 anos, através de pessoa amiga, sugeri o REGISTO do nome deste cozido e a criação de uma CONFRARIA GASTRONÓMICA DAS COUVES COM FEIJÃO, inclusivamente, fiz um esboço de uns estatutos para a mesma confraria, sabendo que a “carta foi levava a Garcia”, pois, a minha ideia foi transmitida ao Sr Presidente da Câmara Municipal, sem que daí se tivessem desenvolvido qualquer outro tipo de diligência útil, tudo quanto sei, por manifesto desinteresse, caindo no esquecimento.
Mais tarde, depois de uma conversa com a Srª Presidente da Assembleia Municipal de Vieira do Minho, voltei a abordar o assunto, e enviei-lhe por e-mail, conforme me solicitou, a informação que dispunha, com a promessa que se ia pensar nessa possibilidade – registar o patente do nome “Couves com Feijão” e a criação de uma Confraria.
De facto, foi-se sabendo, que alguns passos já foram dados, por pessoas próximas do executivo municipal, com contactos junto de outras confrarias, o que se louva, mas também se vai falando que será mais uma “associação” de ligação ao poder local, o que devia evitar-se! Quando sugeri a Confraria, dei a opinião que devia ser abrangente, plural, totalmente apartidária, até dei como sugestão que os fundadores deveriam ser todos os presidentes do Município e da Assembleia Municipal, presidentes de junta e outras individualidades da sociedade civil, senão, formar-se-á uma Confraria de “pepedês”, com o laranja como cor dominante.
Vamos aguardar para ver, contudo, convêm recordar que a ideia tem um mentor, como ontem dei conta pessoalmente a quem me parece equivocado…
(Declaração de interesse: fico muito agradado quanto às diligências já efectuadas no sentido do registo do nome Couves com Feijão e da constituição da confraria, da qual não faço qualquer questão ser confrade)