A respeito do artigo sobre a Estrada Nacional 103, publicado há dias neste fórum Cidadania Vieirense, via estruturante da rede nacional rodoviária que atravessa o concelho a norte, parece-me pertinente, agora, uma referência à Estrada Nacional 304, que tem o seu início em Covide, Terras de Bouro, entra no concelho de Vieira do Minho na Ponte sobre o Rio Cávado, na freguesia da Ventosa, subindo pela encosta de Caniçada até à EN103, nas Cerdeirinhas, atravessa a Vila sede de concelho, seguindo para Rossas, onde termina no Lugar de Celeirô, no cruzamento com a Estrada Nacional 205.
Esta estrada nacional, também integrada na rede rodoviária nacional, é de vital importância para as populações que serve, sendo que o troço entre Covide e as Cerdeirinhas tem uma relevância turística acrescida, tratando-se do acesso principal ao S. Bento da Porta Aberta e ao Gerês, contudo, apenas poderá ser tida como uma estrada razoável entre as Pontes de Rio Caldo e o Santuário do S. Bento da Porta Aberta, face à intervenção feita há mais de duas décadas, com o alargamento da via, e ainda, entre as Cerdeirinhas e Vieira do Minho, quanto aos restantes troços, considero-os miseráveis.
No território de Vieira do Minho, esta estrada, tida no passado como secundária ou de segunda categoria, já justifica uma intervenção do Estado, do agora designado Ministério das Infraestruturas e Habitação, digo, justifica, mas não acredito que tal venha a ocorrer nesta legislatura, mais depressa esta via passará para a tutela do Município.
Temos, desde logo, duas realidades distintas: O troço da encosta de Caniçada, que devido ao tráfego intenso no Verão e aos fins-de-semana, urge um empenho público com vista à sua requalificação, com rectificação do traçado e alargamento da via. Acresce ainda que, neste percurso sinuoso, caminham muitos peregrinos, a caminho de S. Bento da Porta Aberta, sendo a berma praticamente inexistente. Já ouvi, certa vez, que o Município de Vieira do Minho pretende fazer uma ciclovia entre o vale do Cávado (Caniçada), aproveitando a boleia da que está a ser construída desde o litoral, e a vila de Vieira do Minho… tenho bastantes dúvidas quanto a essa utilidade, se nem a “pista” urbana de Vieira é usada, mas, para caminhar, ainda servirá… Havendo vontade política para requalificar a estrada, em grande parte deste troço, é “cortar de cima e deitar para baixo”, com a construção dos correspondentes muros de sustentação de terras.
Relativamente ao troço da EN 304 entre Vieira do Minho e Rossas, tratando-se, também, de um eixo fundamental para o concelho na mobilidade para sul, com ligação à Auto-Estrada em Cabeceiras de Basto, sou de opinião tratar-se da maior relevância a sua requalificação para o desenvolvimento destas terras.
A distância entre as localidades de Vieira do Minho e de Cabeceiras de Basto é de 28 quilómetros, podendo ser encurtado, sendo que apenas a partir do limite do concelho, na recta de Calvos, se poderá dizer que a estrada é razoável, até lá chegar, é simplesmente vergonhosa, do pior que há, aliás, para além da EN 304 entre Vieira e Rossas, toda a EN 205 no território do concelho é degradante.
Estou certo que uma estrada moderna e rápida para sul, com ligação à Auto-Estrada A7 no nó do Arco de Baúlhe, muito poderia contribuir para o progresso do concelho e para a fixação de população, e não serei o único a pensar assim!
Já pensaram na existência de uma placa informativa, antes da saída da A7 no Arco de Baúlhe, com a indicação “Parque Nacional da Peneda Gerês”, juntamente com as indicações Cabeceiras de Basto e Vieira do Minho? Pois, é que a marca “Gerês” tem projecção nacional e internacional, tem procura e é já ali, do outro lado do Rio Cávado… fica-nos tudo relativamente próximo, desde que sejamos servidos por boas estradas, o que falta efectivamente para sul, para isso, é preciso que alguém, com visão, faça o trabalho de casa, pelo menos, que crie um corredor que evite hipotecar no futuro a construção de uma verdadeira estrada entre Vieira do Minho e Cabeceiras de Basto, pois, está à vista de todos que uma terra sem desenvolvimento sustentado ficará irremediavelmente para trás e não sairá da cepa torta.
Em tempos, no âmbito da Associação de Municípios do Vale do Ave (AMAVE), foi projectada uma estrada de raiz, designada por Via do Ave, entre Guimarães e Vieira do Minho, com ligação a Fafe, mas isso, presentemente, está completamente fora de validade, não foi feita no tempo das vacas gordas, agora, ficou irremediavelmente para a história dos sonhos, de nada valerá pensar na mesma!!
Vamos sonhar com o que é razoavelmente possível concretizar num futuro próximo, haja vontade política ou, pelo menos, capacidade de influenciar quem decide sobre a necessidade deste melhoramento na rede rodoviária.