Decorrem, desde há alguns meses, as obras de requalificação do Largo Professor Brás da Mota, também conhecido por Largo das Escolas, mesmo no centro da vila de Vieira do Minho, aproveitando as candidaturas a quadros comunitários, merecendo-me, desde logo, um aplauso o recurso do Município a estes financiamentos para melhorar os espaços públicos.
O espaço ficaria, segundo as melhores previsões, concluído no passado mês de Outubro, por altura da Feira da Ladra, mas tal não foi possível, apesar do empenho dos trabalhadores que nos últimos tempos trabalhavam de tal forma que eram notáveis os avanços diários da obra – também se sabe que nos meses de Verão, principalmente em Agosto, houve atrasos no fornecimento de materiais para a obra, nomeadamente, pedra para guias e para a pavimentação dos espaços de estacionamento, o que é compreensível.
O Município, em boa hora, adquiriu a casa devoluta que existia no Largo, conhecida pela “Casa do Brasileiro”, uma sugestão que eu próprio, em devida altura, dei pessoalmente ao Sr Presidente da Câmara, pois aquele imóvel esteve à venda e até havia interessados no mesmo, só não tendo sido comercializado porque um dos interessados não podia ampliar a casa, ocupando o muito terreno que tinha de Rossio, desinteressando-se por isso do negócio. Assim, é minha opinião, foi um bom negócio, até pelos valores em si, que veio permitir a ampliação do espaço público e dar uma nova centralidade ao local, que tem como pano de fundo o Solar de Lamas, ao qual foi dado o nome de “Casa Museu Mestre Adelino Ângelo”, a nossa Casa da Cultura – um dia destes voltarei a este tema.
Porque nunca se consegue agradar a “Gregos e a Troianos”, vão-se ouvindo uns rumores sobre alguns pormenores relativamente aos passeios junto aos estabelecimentos, o acesso automóvel ao parque de estacionamento, a construção, ou não, de um palco fixo, o arranjo junto ao muro do Solar de Lamas – há quem defenda que deveria ser elevado uns 50 centímetros, e eu concordo – e a rampa perigosa de acesso ao interior da propriedade, enfim, um sem número de reclamações, umas atendíveis, outras, nem por isso!
Francamente, tenho esperança que no final fique um trabalho notável, tal como gostei e dei conta relativamente à requalificação do espaço da feira semanal, o tempo não tem ajudado os trabalhos, mas percebe-se que estejam numa fase que já dá para ter uma ideia do resultado do projecto do terreno.
No meio da zona intervencionada fica um edifício degradado, utilizado há décadas pelo Jornal de Vieira, muito chegado ao poder local e, pasme-se, a loja social com montras exibindo roupas e manequins vestidos, como se de uma boutique de moda se tratasse!
Bom, conheço e reconheço a necessidade e a utilidade destes serviços, até porque, a loja social começou num espaço cedido pelos Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho no antigo Quartel, o que não compreendo é o facto de estar num local tão central e com tanta exposição, sabendo-se que quem recorre a estes serviços solidários não precisará de publicidade… seria mais prudente pensar-se na preservação da dignidade dos utentes, os verdadeiros destinatários deste apoio social. Pode ser uma situação académica, mas se pensarmos que as roupas que estão em exposição nas montras voltadas para a via pública, portanto, vistas pela generalidade das pessoas, que depois as poderão reconhecer vestidas por um determinado utente da Loja Social, tal não será muito agradável para quem precisa de recorrer a esse apoio, ou não será assim?
Entendo que esta loja deverá existir em local mais resguardado, pois não se trata de nenhum pronto-a-vestir, como aquele que existe do outro lado da rua! Assim, se querem aceitar uma sugestão, o local mais apropriado, aproveitando um espaço municipal, são as instalações da Polícia Municipal, nas proximidades do bairro social e da feira semanal, podendo até ser uma troca útil para os dois serviços, pois a PM ficava bem instalada no edifício das antigas escolas primárias, no centro da Vila. A não ser assim, criem nesse espaço o Turismo, mesmo no centro da Vila, onde se vão vendo algumas pessoas a pé, pois, entendo que o local escolhido e onde funciona este serviço, junto ao antigo Quartel dos Bombeiros, não seja o mais apropriado.
Olhem, já que vem a talhe de foice, aquele edifício do turismo, da Praça do Bombeiro Voluntário, poderia ser facilmente aproveitado para ali instalar um bar/biblioteca de jardim, julgo que teria mais utilidade, sendo concessionado a alguém interessado…
Voltando ao antigo edifício das escolas primárias, do tempo do Estado Novo, dividido em duas alas, uma para raparigas e outra para rapazes, como era de lei, sou de opinião que merece uma maior atenção, depois de tanto tempo esquecido, agora que vai ter um enquadramento melhorado.
Posso afirmar que há quem defenda que deveria ser demolido, dando uma maior amplitude aquela nova Praça, mas não me parece a melhor solução, julgo que ainda merece um arranjo geral, exterior e dos interiores, para além do passeio lateral, cujas pedras desnivelas já provocaram várias quedas de pessoas, devendo ser removido aquele muro vergonhoso em pedra, que desconheço quem se lembrou de o aumentar em altura com umas pedras que saíram das guias da antiga estrada em paralelo, se fosse mais baixo poderia servir de bancos, assim, nem essa utilidade tem!!
Assim, se a decisão não passar por obras de relevo na antiga escola primária, que até poderão ser dispendiosas, preparem umas latas de tinta para pintar as paredes exteriores, pois aquilo que se vê é de um desleixo vergonhoso.
Aguardemos então as novidades da obra.