Viver em Equilíbrio & Viver em Trabalho

Sabemos que o trabalho ocupa um papel central nas nossas vidas. Além de nos proporcionar algum sentido, permite um certo grau de socialização que ajuda à necessidade inata de nos encontrarmos com os outros, de crescermos, de conhecermos mais. É nele que despendemos grande parte do nosso dia, torneando o nosso quotidiano e moldando muitas vezes as nossas vontades; será também o trabalho que nos cria alguma identidade, tendo em conta que a nossa apresentação pessoal passa, regularmente, pela apresentação daquilo que fazemos.

Ao passarmos tanto tempo no nosso local de trabalho, ou em volta dele, convém que a nossa experiência de saúde, nesse ambiente, seja mantida nas melhores condições. Saúde, bem essencial, direito e dever do cidadão, pode ser influenciada por diversas variáveis, sejam elas físicas, psicológicas, sociais, culturais e até espirituais. Saúde não pode ser considerada apenas a ausência de doença – seria um conceito demasiado redutor se assim fosse – mas sim um estado de equilíbrio, através do qual o ser humano pode atingir parte dos seus objetivos, inclusive os laborais.

 Cuidar da saúde no nosso local de trabalho não é apenas uma responsabilidade individual, em que o trabalhador é personagem único num cenário multidimensional. As próprias organizações, dentro daquilo que são as suas finalidades estratégicas, devem veicular ações protetoras da saúde, que podem passar pela promoção de estilos de vida saudáveis, pelo estímulo da qualidade de vida no trabalho ou até pela dinamização de atividades culturais.

No âmbito destas ações protetoras da saúde, podemos mencionar, por exemplo, a organização de espaços dentro das organizações para que o trabalhador possa levar o seu lanche ou o seu almoço, e colocar, nestes espaços, fruta sempre disponível para que alimentação seja mais completa; ou, então, a disponibilização de algumas horas de exercício físico nos próprios locais de trabalho, com um professor de academia ou um professor de dança. Podemos igualmente indicar a prática de yoga e/ou meditação para a promoção da saúde mental dos trabalhadores, assim como o desenvolvimento de um bom ambiente de trabalho e espírito de equipa, com horas mensais para team building.

As organizações devem descartar todas as intenções de provocar inquietações e receios nos seus trabalhadores pois neste momento, a nível científico, não existem dúvidas: trabalhadores motivados, felizes e saudáveis são trabalhadores mais empenhados, mais produtivos e mais criativos. A promoção da saúde, e consequentemente a prevenção da doença que tantos problemas traz, pode e deve ser feita numa parceria entre as organizações e os seus trabalhadores, não se descartando estes últimos da responsabilidade dos seus deveres, nem aquelas primeiras da sua missão de valorização do potencial dos que trabalham consigo.

A possibilidade de existir uma associação entre a saúde e o trabalho permite-nos pensar para além dos nossos limites habituais, que tanto nos podem restringir de sermos mais felizes, de fazermos mais e melhor nas esferas onde passamos tantas horas dos nossos dias. A liberdade faz parte do usufruto da nossa saúde e proporciona-nos uma vida mais plena, mais resistente e mais sadia – não hajam medos em a usar.

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